Big data: a vantagem competitiva das grandes empresas gerada pela análise de dados
Um artigo publicado recentemente por Juliane Begenau, de Universidade de Stanford, Maryam Farboodi, do MIT Sloan, e Laura Veldkamp, da Universidade de Columbia, revelou que, nos Estados Unidos, as empresas de grande porte estão crescendo mais rapidamente e aumentando a distância das pequenas. Um dos principais motivos dessa mudança segundo as pesquisadoras: possuem uma melhor utilização do big data.
Os dados apresentados apontam que, entre 1980 e 2015, a proporção geral de empregos em empresas norte-americanas com mais de 1.000 funcionários aumentou de um quarto para um terço, enquanto a participação de empresas com menos de 100 trabalhadores caiu modestamente. Enquanto isso, alguns grandes players tornaram-se gigantes: a Apple e a Amazon acabaram de cruzar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, número maior do que PIB de quase todos os países do mundo, exceto 16 nações.
De 1980 a 1985, por exemplo, as grandes empresas cresceram, em média, 39,5%, enquanto as menores aumentaram 7,3%. Essa foi uma diferença grande e que se tornou ainda maior entre 2000 e 2005, quando a média das grandes empresas cresceu quase 60% e a média das pequenas empresas aumentou na mesma proporção de antes.
Custo do capital: melhores análises, melhores decisões
Mas por que a utilização correta do big data parece influenciar o mercado norte-americano desta forma? O estudo aponta que as empresas maiores produzem mais dados para os investidores, que podem agora analisar a um custo cada vez menor. Isso reduz a incerteza, o que, por sua vez, melhora a obtenção de capital, gerando uma grande vantagem competitiva. “Um pilar fundamental na decisão de uma empresa para crescer é o quão barato é levantar fundos”, diz Begenau.
Entretanto, as pesquisadoras comentam que nem tudo é conclusivo e definitivo. Afinal, são inúmeros os casos de startups que se tornaram grandes empresas, ao mesmo tempo em que nomes tradicionais do mercado enfrentaram desafios ou fecharam as portas. Mas muitas destas startups estavam baseadas em tecnologias disruptivas e analíticas. “Nosso trabalho levanta mais perguntas do que respostas”, completa.
Não é de hoje que as grandes redes analisam dados de maneira muito mais avançada e ganham uma grande vantagem com isso. Charles Duhigg, ex-repórter do New York Times e autor do best-seller, “O Poder do Hábito”, detalha em seu livro a maneira como a rede norte-americana Target já lidava com os dados quase uma década atrás. No case reportado, a varejista criou estratégias para verificar todos os perfis de consumidor e chegou a destacar uma equipe para criar parâmetros confiáveis a ponto de descobrir quais consumidoras estavam grávidas, sabendo do fato, muitas vezes, antes mesmo da própria família.
Panorama do Brasil
O mercado brasileiro parece não ter ainda sentido uma movimentação semelhante ao norte-americano. Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas crescem constantemente, representando mais de 98% dos negócios privados. A agência estima que até 2022, o país terá cerca de 17,7 milhões de pequenos empreendimentos, ou seja, um crescimento de aproximadamente um milhão por ano. Esse número é mais de 40% superior ao atual. Os pequenos negócios ainda respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Cerca de 12,4 milhões de optantes pelo Simples Nacional representam 27% do PIB, sendo responsáveis por 54% do total de empregos formais existentes no país, ou seja, empregam mais trabalhadores com carteira assinada que as médias e grandes. As micro e pequenas também são as principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil, já que respondem por 53,4% do PIB desse setor. No PIB da indústria, a participação é de 22,5%, aproximando-se das médias empresas (24,5%). E no setor de serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) tem origem nos pequenos negócios.
Ainda temos atrasos na área da educação e nas infraestruturas tecnológicas, questões que impactam no desenvolvimento e na maturidade das novas profissões e na utilização de tecnologias de análise de dados e estratégias baseadas em inteligência de negócios. Mesmo assim, grandes companhias brasileiras vêm dando passos significativos nesta visão e as pequenas que surgem em um movimento disruptivo atraem muitos investimentos de fundos internacionais, candidatando-se a liderar o mercado, como se apresentam as Fintechs.
Como sabemos que um jogo nunca está ganho, aqui na Vokse sempre procuramos olhar para os desafios futuros, mesmo em momentos de crescimento. Então perguntamos: como você lida com os seus dados? Quais os desafios que a sua empresa poderá enfrentar nesta área? Como lidar com eles hoje para não encontrar problemas no futuro? Entre em contato conosco para conversarmos.